Deitou em sua cama como sempre fazia ao chegar em casa, olhou para a janela e chuvia fino lá fora. Frio. Solidão. Olhou seu mural de retratos na parede ao seu lado, sorrisos, momentos. Não se lembrou de sentir nostalgia. E entre tantas fotografias só uma chamava a atenção. Era aquela que por mais que tentasse não tem repetição, é única - para sempre.
Fitou aquela utopia que já aconteceu de novo. Era um passado certeiro, mas nunca será futuro, pensou. As lágrimas mais uma vez invadiram seu rosto pálido. Era como se afogar, e fazia isso todos os dias ao olhar para aquela única imagem.
Não irá voltar, não irá voltar, repetiu para si mesma.
Essa verdade lhe doia como uma queimadura que nunca se cicatrizaria. Era o buraco aberto em seu ser. Já se passou tanto tempo, quando vou deixar de me perder assim? Ela se pergunta. Talvez nunca, jovem menina, parte dos seus sonhos se foi, levando você com ela. Está no céu, nas lágrimas, em todo lugar. Ela fora deixada sozinha. A única esperança que lhe vinha era a sua morte. Paradoxo irônico achar esperança na morte. Mas era sua realidade agora. Era o único jeito de viver aquela utopia de novo. O único jeito do reencontro. Ele estava longe agora, onde suas mãos não alcançariam em vida.
Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro
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