quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Solidão sôfrega

Vontade de sair correndo nessa chuva e se perder. Vontade de gritar. De expulsar essa dor que vive em mim. De dizer que eu não quero mais sentir. Eu não quero mais sofrer! O quanto eu queria ser alguém suficientemente grande e forte para expulá-la. Mas eu sou fraca. Como sempre. Tendo que conviver com isso por obrigação. Saia daqui! Me deixa em paz! [...]


Depois percebi que não tem como tirar você mesma de dentro de ti.

...

A garota do espelho. Ela nunca some. Nunca me deixa só. É minha única compania. A única que ouve meus lamentos. Às vezes quer meu mal. Às vezes nem liga. Mas agora ela sente pena. E acaba de descobrir que eu e ela sempre vamos estar juntas. Não existe solidão. Com caretas, ou não, é ela que eu preciso me basear.

Mas eu não consigo.

Odeio ficar sozinha,

porém eu sempre estou.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

tu

Vais! Atravessas esta porta! Saias desse ciclo de pensamento! Retira-te deste mundo fechado! Não olhes para atrás e com coragem atravesses este pequeno obstáculo. Não admito tua presença deste lado da vida!

Saisa deste seu lado sólido. Atravessas esta sala de preocupação, venhas ser feliz. Comigo!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Morrendo

Eu sei que você nem vai ler aqui, mas preciso desabafar.

Sabe, eu me perco todos os dias. E você sempre é todo o motivo para a entrada de ar nos meus pulmões continuar sendo realizada. E eu sou uma pessoa péssima em expressões, uma pessoa péssima em tantas coisas. Eu tento ser o melhor que eu posso para você. Eu não tenho outro motivo para dar o máximo que posso. E me dói tanto ver que esse máximo não faz nenhum efeito.

Desculpa por não ser o suficiente. Juro que era tudo que eu queria.

Só sei que te amo e me falta ar agora.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É..

Eu sempre me perco no espelho. Vendo a imagem de uma garota tão triste. Eu enchergo em seus olhos todas as cenas que a pertubaram. Todos os sonhos roubados e saudades eternas. Muito comovente, sua história. Ela se sentia sozinha no escuro quase todas as noites. Sentiu como se respirar ardesse os pulmões. Cada batida de coração doía em seu peito uma dor de culpa. Não tinha esperanças de exalar nuvens de sonho novamente. Sorria ensaiado, na hora que era conveniente. Achou que não ia se achar mais quando.

As pessoas não precisavam saber da sua dor para poder lhe dar conforto. E nesses dia é tudo que ela recebe.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Tu

Ninguém entende minha urgência por ti, nem tu. Porque ninguém entende a escuridão que vive dentro de mim. Minha ânsia por respirar. Meu medo de te perder deriva dessa grande necessidade que meu corpo tem de continuar funcionando. Tu não percebes que é meu único sorriso, a razão de estar sempre lutando. E o que me degrada é não ter sempre perto de mim. E tu não entendes o quanto isso significa e o quanto me dói te dividir com o resto da sua vida. Porque você consegue ser toda a minha e tudo que eu queria é ter isso de volta.


Tu és minha razão para manter respirando.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Só-frida

Você já perdeu seu principal sonho? Já o viu cair? Já viu o mundo pisotear em tudo aquilo que era plano? Então não sabe como é.

E fica o vazio. A desanimação. As lágrimas. Aquelas que me acordam toda a noite só para me lembrar da dor até quando fujo para perto das estrelas. Não há luz quando seu sol explode, mais que meteoro, mais que lua. Seu motivo de tantas manhãs difícieis de acordar. Seu sorriso. Seu refugio. E nada faz voltar.

Pedacinhos perdidos

A minha dor. O meu vazio. A minha incompreensão. A minha solidão é a principal compania. Eu grito e só ouço meu eco. Eu rolo na cama, caminho na chuva, debruço na janela, tentando me achar. Pegar os pedaços que me fugiram. Mas tudo virou nada. Eles estão em lugar nenhum. Se foram com ele. E acho que não tem volta.

Cansada

Sou tão vazia que qualquer estado de alegria inflama meu ser. Arde. E quando essa animação se vai, fica só o gelo. O contraste entre o quente e o frio. A falta de vontade. A falta de tudo. As lembranças me vem. Me doem tanto. E tudo que eu mais quero é parar com esse maldito ciclo. Parar de lembrar, de chorar. De sorrir.

O problema de viver somente a carcaça é o vazio que fica dentro e a motivação se vai.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dor do dia

Algumas coisas me doem a cada manhã. Porque durante a noite eu pude estar mais perto da solidão, porque no escuro o vazio fica mais vasto, e sem movimento tudo fica mais triste. Sei que de manhã levantar me enjoa acordar, olhar as pessoas ignorantes e ver que eu podia ser uma delas. E sempre me bate tanta falta, falta daquele que eu preciso toda hora do meu lado, falta do outro que não volta, falta de notícias boas. E tem sido assim.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O vazio de novo

Deitou em sua cama como sempre fazia ao chegar em casa, olhou para a janela e chuvia fino lá fora. Frio. Solidão. Olhou seu mural de retratos na parede ao seu lado, sorrisos, momentos. Não se lembrou de sentir nostalgia. E entre tantas fotografias só uma chamava a atenção. Era aquela que por mais que tentasse não tem repetição, é única - para sempre.
Fitou aquela utopia que já aconteceu de novo. Era um passado certeiro, mas nunca será futuro, pensou. As lágrimas mais uma vez invadiram seu rosto pálido. Era como se afogar, e fazia isso todos os dias ao olhar para aquela única imagem.
Não irá voltar, não irá voltar, repetiu para si mesma.
Essa verdade lhe doia como uma queimadura que nunca se cicatrizaria. Era o buraco aberto em seu ser. Já se passou tanto tempo, quando vou deixar de me perder assim? Ela se pergunta. Talvez nunca, jovem menina, parte dos seus sonhos se foi, levando você com ela. Está no céu, nas lágrimas, em todo lugar. Ela fora deixada sozinha. A única esperança que lhe vinha era a sua morte. Paradoxo irônico achar esperança na morte. Mas era sua realidade agora. Era o único jeito de viver aquela utopia de novo. O único jeito do reencontro. Ele estava longe agora, onde suas mãos não alcançariam em vida.

Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro