domingo, 31 de janeiro de 2010

E a garota ri

Não adianta brigar com o tempo. Na minha luta contra o relógio ele sempre vence e só faz as coisas ficarem mais tortuosas. Ninguém liga se eu estou a horas jogada nessa cama. A única a perder sou eu. Culpa dessa enorme paranóia de ser sozinha. Quem morre por um dia sem ninguém? Eu, sempre eu, a frágil. Me debocho o tempo todo. Como alguém assim conseguiu sobreviver por tanto tempo? Uma fraca. E vou me afundando mais. Chorando aqui e lamentando ali. É a verdade, ninguém quis minha companhia. Ninguém quer alguém com energias negativas. É o preço que eu pago. Fico olhando a janela. O céu infinito lá fora ficou comigo o tempo inteiro. Como quem faz um afago na cabeça. Minha imaginação tomou conta de mim durante todo o tempo. Imaginando sonhos - que estão fora de alcance. E dói tanto. Parece que não vou conseguir respirar se ficar mais alguns minutos nesse estado lamentável. É patético, eu sei. Fico repassando toda a minha vida e me perguntando aonde eu errei. Parece até que me foi roubada a felicidade. Me tiraram o dom de sorrir e eu fiquei ai oh, jogada. Isso tudo parece tão irônico. Eu sou realmente uma fraca. O mundo não vai parar para você, Marina.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Evolução?

Eu sinto uma pequena evolução no meu estado de fraqueza. Se antes eu queria voltar, hoje eu quero seguir. E alcançar e não recordar.

Porém, achei que se eu me achasse, não haveria mais motivos para me encolher num canto qualquer. Estava enganada. Me conhecer só deu ênfase nos defeitos e sonhos impossíveis. Choro por não ter o que alcançar. Choro por estar sozinha. Enquanto todos vivem suas vidas, eu continuo aqui. Pensando as mesmas derrotas.

Eu sou uma causa perdida.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cansei de só sonhar

Me sinto uma criança cujo o doce foi roubado. Me sinto sem abrigo. Sem esperanças - de novo. É frustrante passar dias e dias lutando contra eu mesma e deixar tudo ir assim. Acabou. Não espero nada mais. Do que adianta criar esperanças se elas sempre estão morrendo no final? E eu - já destroçada - fico cada vez pior. Eu não quero mais sonhar. Meus sonhos são feitos de utopia. Cansei de dormir e acordar na mesma expectativa, sem mudanças nenhuma. Cansei de cair do precipício. Quero parar, parar agora.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Tão difícil

Eu me entrego aos pequenos vícios. Mas é como um choque e domina todo o meu ser. Meus olhos se enchem de lágrima, minha voz esganiçada não consegue pronunciar uma defesa. Eu sou assim. Não vou mudar. E isso dói. Quase uma sentença. Sempre vai me machucar. Sempre vai ser a parte mais difícil do meu dia.

Hora do plano B.

Mudando

Acho que é uma das mudanças mais difícieis que tive que impor para mim na vida. O que eu tenho percebido, o que tem me feito mudar me traz lágrimas com qualquer lembrança. A existência desse motivo me machuca como se não pudesse mais respirar.

É preciso mudar. Para o machucado não ser maior. É preciso mudar. Só preciso.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Finalmente, as pazes com a menina do outro lado

Ela podia ouvir sua própria voz dizendo ao pé de ouvido. Dizia que iria passar. Era como se ela pudesse sentir, pela primeira vez, o conforto da solidão. Era quase magia. Sua própria voz a acalmando. E ela se acalmou. Quase podia sentir o toque dos dedos em seu rosto, o carinho infinito. Ela poderia amar essa voz. Ela poderia amar esse toque. Não é necessário ser sólido para ser real. Era aconchegante, o que ela procurou por meses. Se sentiu mais forte por um momento. Acalmou-se e adormeceu...
Isso chega a ser miserável. Eu choro para as paredes. Não tem sentido. Se a solidão quer tanto ficar, vou abrir a porta e deixá-la me consolar.

Eu sou dispensável.

Construi tantos castelos nos quintais das outras pessoas tendo a ilusão que me pertencia também que o meu acabou morto e sem nada. Esqueci de construir o meu castelo no meu quintal. Achando que não precisava, já que eu era dona de muitos castelos por ai. Só que eu não posso me esconder nesses tais castelos. Pois eles não me pertencem. E no meu quintal não sobrou nada para eu me abrigar.

É preciso construir castelos em mim. Para ter para onde fugir. Para ter algo meu.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Desabafar

Estava na minha frente e eu só pude enxergar agora. A verdade é que você não é meu. Eu não controlo seus desejos nem seu tempo. Eu não controlo nada. Soa obsessivo, mas é que uma parte de mim acreditou por um longo período de tempo que era assim. E achava que as coisas funcionavam para os dois lados quando na verdade era unilateral por causa da minhas conclusões erradas. Se um dia você quiser me deixar, vai o fazer. E isso me dá medo.


Hoje em dia, é difícil achar alguma coisa que não me dê este mesmo medo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A velha história do se virar sozinho.

Faz tempo que eu tenho lutado por uma utopia tão inalcansável. Eu nunca me bastei. Eu preciso das pessoas. Preciso do calor delas, seus olhares. Até suas reprovações. Preciso que me julguem para eu me lembrar que eu não posso ser julgada. Preciso que me elogiem para eu me aumentar também. Preciso de palavras. Escritas, contadas, não me importa.

Estar sozinha me lembra o espaço. Imagine estar sem nada para nenhum dos lados. Imagine não ter graça. Olhar para o espelho e ele sempre estar de cara feia pra ti. Imagine não ter com quem falar. Qualquer um se desesperaria em frente essa situação. Mas o que divide alguém auto-suficiente de alguém dependente é o tempo que o surto demora para vir. Eu não posso passar uma única tarde sem ouvir nenhuma voz a não ser a minha que eu já me sinto abandonada. Se eu fosse forte o suficiente, riria dos meus próprios pensamentos e cochilaria depois. Mas eu não sou assim.


No entanto não significa que eu não possa mudar. Eu vou mudar. Só não sei quando. Será uma tarefa difícil - ao passo que eu não me acho o suficiente nem para mim.

O macete é me amar. Depois disso todos os problemas irão embora.

Mas... Como?